Radiohead – Clássicos Escondidos (Go Slowly)



Go Slowly

Álbum: In Rainbows (Disco Bônus, 2008)

Se alguma música do Radiohead pudesse acompanhar o homem numa futura viagem espacial, de Marte à outras dimensões possíveis,  Go Slowly seria candidata a fazer parte dessa jornada pelo desconhecido, uma nova invasão – como aconteceu com as Américas – mas desse vez à outras terras além da gravidade e essa – a gravidade – parece que não fazia parte do dicionário de Thom Yorke & Cia quando compuseram uma das suas peças mais raras e genais do seu longo leque de possibilidades magistrais.

Piano, guitarras e violão e o universo inteiro engolindo um vocal inacreditável, uma flutuação guiada como se narrássemos o cair de uma folha em meio ao turbilhão tempestuoso; em câmera lenta, recebêssemos a visão do instante irreparável. Go Slowly flui pelas imensidões do espaço se propagando latejante entre as constelações, roça as bardas dos cometas como uma inspiração divina dada a mortais, uma canção capaz de fazer crê – para quem acreditou na expansão da matéria – que estávamos nas profundezas celestiais guiados por entidades que só queriam que sentíssemos por alguns minutos o transbordamento metafísico muito além das leis da física. Ouça os primeiros segundos do vocal de Yorke e entenda o delírio.

Uma pérola escondida nos delicados baús de uma banda celestial.
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