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Estudo aponta: pessoas mais inteligentes preferem Radiohead

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O polêmico estudo, intitulado de “Musics that make you dumb” (músicas que fazem de você burro) foi iniciativa de um cara chamado Virgil Griffith. Ele traçou um paralelo entre os níveis de inteligência de alunos de 150 universidades norte-americanas e seus gostos musicais. O resultado foi um panorama gráfico repleto de artistas e bandas pontuados conforme o nível de inteligência de quem os ouvia.

 

A preferência dos estudantes com inteligência acima da média colocou o Radiohead em uma posição privilegiada.

 

Apesar de Beethoven ser o nome mais citado entre os estudantes com pontuação mais alta, o Radiohead esteve entre os alunos com maiores níveis de inteligência.

 

O projeto se baseou no SAT (exame americano de admissão à universidade).

 

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Fonte | Ok Radiohead

Thom Yorke - A permanência das canções

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Desde quando lançou, em 1997, Ok Computer, o Radiohead entrou definitivamente na história do rock, porém, algo também iniciava junto com este disco, a exigência por ‘revoluções’.

 

Veio Kid A (2000), Amnesiac (2001) e muitos fãs foram se rendendo ao mesmo tempo que muitos abandonaram a banda de Thom Yorke. Antes do último grande burburinho, em 2007, com o clássico In Rainbows, Thom lançou um ano antes seu primeiro disco solo. The Eraser chegou, surpreendeu alguns e decepcionou outros, mas para o primeiro grupo, havia a certeza que Thom Yorke é sem dúvida um dos grandes artistas do seu tempo e um dos mais criativos musicos também.

 

Oito ano depois, Thom volta a lançar um disco solo, mais uma vez ao lado do mítico Nigel Godrich e mais uma vez dois grupos se polarizam: Os que amam cada nota e cada sussurro de Yorke e os que simplesmente esperam por uma nova revolução. Qual grupo você faz parte?

 

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Se você faz parte do segundo grupo, ‘Tomorrow’s Modern Boxes’ pode decepcionar você certamente. Não, você não quer canções lembra? quer um disco revolucionário, clássico imadiato, ou talvez um novo Ok Computer. Ou não.

 

Nesse sentido, o novo trabalho do frontman atua num campo que faz parte de sua paixão: A eletrônica. Não farofas house, eletro hits, as 7 melhores Jovem Pan. A intenção de Thom é mergulhar no universo sonoro de Burial, Four Tet, Flyin Lotus, SBTRKT entre outros e todos esses fazem parte da vanguarda da música eletrônica, com discos que tornam o Techno e outros BPMs revoluções ocultas, tags escondidas em selos alternativos e sons escuros, que parecem fazer parte de um grande filme de Terry Gilliam do que para pistas regadas a Ectasy. É neste universo que habita hoje, Yorke. Quer você queira ou não.

 

Se você  faz parte do primeiro grupo, um recado. Há novamente grandes canções escondidas entre loops e sintetizadores em Tomorrow’s Modern Boxes. O primeiro grupo nao espera uma grande revolução a cada novo disco, antes disto, espera grande canções. Mas estas precisam ser bem digeridas, é preciso mergulhar neste oceano sintético, procurar as saídas, abrir as portas ocultas, entre pianos soterrados por sofwares e baterias eletrônicas entrecortando o vocal abstrato de Thom. As melodias estão lá desde Kid A, mas não são fáceis de serem acessadas. As senhas parecem criptografadas nas nuvens mas só parecem, com paciência vamos nos familiarizando com este planeta metálico esculpindo pelos ecos de Thom & Nigel.

 

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Após o mergulho, a constatação: Thom Yorke nunca deixou de escrever canções. Nem mesmo quando simplesmente parece esquecer (só parece) das melodias, mesmo quando não traz refrões ou longas introduções ou simplesmente guitarras. Feche os olhos e sinta Tomorrow’s Modern Boxes e não esqueça de responder para Thom sua pergunta: ‘Do you think your mind blows up?’

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Por | Radiohead Brasil

Do YouTube a Thom Yorke – o que mudou na música na última década

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Escrito por | Davide Pinheiro

 

As recentes manobras de U2 e Thom Yorke realçam o que tem sido o mantra de vários músicos de primeira liga. A procura por modelos experimentais de distribuição que adquiram carácter definitivo. Esta busca incessante visa responder à inquietação da indústria perante o decréscimo exponencial na venda de música e o desapego do formato álbum.

 

Casos há em que a forma supera largamente o conteúdo e o recheio é induzido pela embalagem. Ou seja, o ruído vulcânico é motivado pela forma como a música nos chega e não pelo miolo. Catorze anos após a ameaça velada do vírus Y2K, treze sobe a entrada do euro e o 11 de Setembro e quase dez sobre o berço de YouTube e MySpace, é justo reconhecer que, apesar de novos estilos como o dubstep ou a EDM (vómito), não é demais insistir que as mudanças de paradigma estão na forma como a música nos é apresentada.

 

As grande discussões dos últimos anos estão identificadas: Radiohead, David Bowie, Beyoncé, U2 e Thom Yorke. Ironicamente, a todas elas correspondem álbuns médios, medianos ou menores. Não é uma coincidência. A comunicação é hoje um bem indissociável da criação e patrocinar publicações no Facebook, ter conta no Ello e comprar visualizações no YouTube pode não chegar.

 

Uma década em palavras-chave até chegarmos ao ponto em que os ex-campeões de venda U2 entregam um álbum de mão beijada e são apedrejados nas redes sociais.

 

YOUTUBE E MYSPACE

 

Como tantas outras experiências tecnológicas que se perderam na rede, YouTube e MySpace nasceram de geração espontânea e para ultrapassar dificuldades que a indústria nem sonhava. O primeiro pela dificuldade de partilhar vídeos filmados numa festa caseira em casa de um dos fundadores. De brincadeira de três ex-empregados do serviço PayPal a ideia milionária adquirida pelo Google, passou ano e meio. À distância de uma década, a exclusividade televisiva dos telediscos pouco ou nenhum sentido fazia. Já o morto ressuscitado e novamente moribundo MySpace nasceu no final de 2003 mas só depois de 2004 começou a ser falado até ganhar utilizadores suficientes para vir a ser a rede social mais populosa do mundo. O Facebook chegou, viu e vencer mas a memória ficou. E apesar de resgatado por Justin Timberlake, o MySpace não mais se reergueu e é talvez o maior símbolo da volatilidade do consumidor médio e também um primeiro sinal de nostalgia digital que, mais cedo ou mais tarde, acabará por entrar nas contas dos ciclos revivalistas.

 

IN RAINBOWS

 

Se Ok Computer é um dos melhores álbuns dos anos 90 por reinventar os Radiohead além da britpop e arrastar atrás de si um batalhão de novas bandas interessadas no arrebatamento de Paranoid Android ou Karma Police, In Rainbows é um dos mais importantes da década seguinte. Não por estar à altura dessa obra central ou dos posteriores Kid A ou Amnesiac mas pelo modelo usado na distribuição. Já havia netlabels e bandas pequenas a oferecer música gratuitamente na Internet mas nunca um grupo com o peso dos Radiohead ousara desafiar as regras e oferecer um álbum, ainda que usando a táctica do “pague o que quiser”. Resultado: ganharam mais dinheiro que com o anterior Hail to The Thief, ainda editado pela EMI, e abriram um precedente. As tentativas de imitação de nomes como Nine Inch Nails não produziram o mesmo impacto, como era óbvio.

 

SPOTIFY

 

Há seis anos quando o Spotify foi lançado, ninguém a não ser os seus responsáveis adivinhariam a conversão num misto de gigante tecnológico e musical. Maior que algumas multinacionais e que empresas de grande porte como a Beats que forçou um concorrente no mercado do streaming sem que os resultados aparecessem – caso se confirmem os rumores de que a Apple pretende encerrar o Beats Music, será o assumir da nota de culpa. Hoje, o que resta da indústria quase desistiu de vender música e rendeu-se aos encantos da nuvem e dos servidores.

 

De facto, se a relação com a ideia de posse se alterou foi graças a Spotify e YouTube que permitiram aos utilizadores ter bibliotecas gigantes de canções e álbuns à frente do monitor. Por contraste com o impacto instantâneo de YouTube e MySpace, o Spotify ganhou músculo à medida da expansão de territórios. A Portugal, por exemplo, só chegou a 2013.

 

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WHERE ARE WE NOW?

 

“Onde estamos?”, questionava David Bowie no single que provocou o primeiro burburinho do ano passado. Muito sorrateiro, gravara durante dois anos em segredo e só o guitarrista Robert Fripp deixara escapar uma pista na sua página oficial sem que alguém tivesse reparado. A 8 de Janeiro, no dia do seu 66º aniversário, Bowie surpreendia o mundo (e até o seu biógrafo que afirmara ser necessário um “milagre” para que o regresso se concretizasse) com uma nova canção, o respectivo vídeo e o anúncio do primeiro álbum em dez anos para daí a dois meses. The Next Day não diverge da matriz rock clássica de Reality e está longe de ser uma obra-prima “Bowiesca” mas a aura de mistério a envolver a edição devolveu a atenção perdida no princípio do Séc. XXI e Bowie voltou ao lugar onde sempre pertenceu: o centro da cultura pop.

BEYONCÉ

O álbum anterior 4 fora uma semi-desilusão. Os singles destapados em 2013c não produziam o impacto esperado e supostamente, um álbum inteiro era deitado ao lixo. Palavra de Diplo desmentida como sempre quando já não é possível corrigir a verdade a tempo. A duas semanas do Natal, o A&R de Beyoncé garantia um álbum para 2015. Na sexta-feira seguinte, Beyoncé aterrava no iTunes sem sobreaviso. E sete dias depois, contabilizava mais de um milhão unidades vendidas via iTunes. Sem um single oficial. Um Single Ladies ou um Crazy In Love para amostra. O ruído foi tão ensurdecedor que o conceito pioneiro de “primeiro álbum visual da história” quase passou despercebido. E tal como no caso de David Bowie, o segredo foi a alma do negócio e apenas o responsável mais alto soube antecipadamente da manobra.

 

U2

 

O fiasco do ano. Na verdade, a receita Songs of Innocence patrocinada pela Apple não é nenhum modelo experimental. É uma operação de charme falhada pelo gigante tecnológico que acreditou que oferecer/impingir um álbum dos U2 aos utilizadores do iTunes era um mimo. O que mais custa a aceitar não é a ambição de Bono em recorrer a todos os meios para combater a irrelevância dos irlandeses de há dez anos para cá; é a Apple desconhecer por completo o comportamento dos seus utentes e não ser capaz de prever as reacções coléricas.

 

Se durante anos imperou a máxima individualista do “i” (iTunes, iPad, iPod), porque razão haveria de ser bem recebida uma intrusão nas escolhas pessoais de cada um. A Apple faz de réu neste processo mas os U2 não são vítimas. A distribuição direta via iTunes foi uma estratégia desesperada de sobrevivência que não só não abriu um precedente positivo como angariou um clube de detractores que os U2 – uma banda que desde há muito quer estar bem com Deus e com o Diabo – não conheciam. Bem feita.

 

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THOM YORKE

 

Quando os “Radiohead” ofereceram In Rainbows não estavam a inovar mas sim a massificar. O modelo já fora usados por pequenas editoras e músicos anónimos. A grande diferença estava no mediatismo. O modelo agora testado com o serviço de partilha de ficheiros BitTorrent é uma experiência de raiz que se propõe a anular filtros e a criar uma ligação direta entre criador e consumidor (em menos de uma semana, já recebeu perto de quatro milhões de euros pelas vendas).

 

O formato pode fazer sentido para músicos de renome mas como qualquer outro, tem fragilidades. Yorke criticou duramente o Spotify por ser um intermediário entre artista e público mas é importante separar as águas. A táctica usada em Tomorrow’s Modern Boxes (título sugestivo) está assente na posse; o Spotify é um pay-per-listen. Duas formas completamente diferentes de relação com a música. Alguém imagina gerações nascentes a pagar por uma pasta de ficheiros?

 

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Artigo Original publicado no site: MESA DE MÚSICA

Thom Yorke | "Muito obrigada por não pedir por Radiohead nos shows"

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Quando Thom Yorke toca com Atoms for Peace, ele não toca com Radiohead e ele agradece aos fãs por notarem.

 

Qual o ponto comum entre Atoms for Peace e Radiohead? Evidentemente, Thom Yorke. Mas se ele escolheu fazer dois projetos diferentes, é justamente para que eles sejam diferentes. Assim, mesmo se a tentação é grande durante os shows do AFP, obrigada por não pedir músicas do Radiohead. Isso irrita o cantor, como ele explica à revista americana Rolling Stone: "Não me lembro mais onde foi, mas teve uma pessoa que critou 'Creep!' durante toda a noite. Não, eu não vou tocar 'Creep', seus idiotas."

 

Mesmo não podendo esperar que Thom dê uma palhinha de Radiohead durante um show do Atoms for Peace, podemos sempre esperar uma de suas famosas danças. Pois entre "Lotus Flower" (Radiohead) e a coreografia de "Ingenue" (AFP), o estilo continua o mesmo: muito... pessoal!

 

 

Matéria original | Aqui

Tradução | Geo Araújo

7 vocais inesquecíveis de Thom Yorke

 

07 de Outubro dia do aniversário de Thom Yorke,  frontman de nossa banda, escolhemos sete interpretações, entre dezenas de clássicos e performances inesquecíveis de seu vocal,  para iniciar as comemorações dos 45 anos do mestre.

 

 

Scatterbrain (Hail To The Thief)

 

 

The Tourist (Ok Computer)

 

 

Fog (Com LAG)

 

 

How To Disappear Completely (Kid A)

 

 

Like Spinning Plates (Amnesiac)

 

 

Sail To The Moon (Hail To The Thief)

 

 

Give Up The Ghost (The King Of Limbs)

 

 

Impossível escolher apenas sete, portanto, nos indique outras performances de Thom. Obrigado!

Kid A entre os 20 Melhores Álbuns de Ficção Científica

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O site Consequence Of Sound fez uma interessante lista dos 20 melhores álbuns de Ficção Científica de todos os tempos e Kid A figura em primeiro da lista. Chamado de “distopia desumanizada” o quarto disco da banda é um clássico que não envelhaceu, desconstrui o caminho natural do Radiohead como um novo U2, melhor que isso, mostrou novas possibilidades sonoras, alementos de jazz e psicodélia eletrônica que compuseram sem dúvida um dos melhores discos de todos os tempos. Kid A em sua intríseca poesia, reva-se até hoje cada mais indefinível e sedutor.

 

Figuram alinda na lista nomes como David Bowie – The Rise and Fall of Ziggy Stardust and the Spiders from Mars, Pink Floyd – Dark Side of the Moon, The Flaming Lips – Yoshimi Battles the Pink Robots Björk - Homogenic e ainda Iron Maiden – Somewhere in Time

 

Aqui

 

Radiohead entre Livros e Publicações

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Hoje vamos falar de alguns livros baseados ou simplesmente criados pelo próprio Radiohead e seu parceiro o artista plástico Stanley Donwood.  Muitas publicações são de autores independentes que buscam conexões com a poética da banda. Uma indicação de um membro, um autor brasileiro e até um livro religioso fazem parte desse universo. Há contudo inúmeras publicações, porém destacamos essas para o fã do Radiohead e seu excêntrico universo.

 

Dead Children Playing

 

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Autores | Stanley Donwood & DrTchock (Thom Yorke)

Ano | 2007

 

Esse trabalho é uma verdadeira compilação de trabalhos desenvolvidos pelos artistas Stanley e Thom ao longos dos anos de 1996 à 2003. Como se sabe, Donwood vem trabalhando com o Radiohead desde Ok Computer (1997). Além de uma passeio pelo universo sintético do Ok Computer, as visões apocalípticas de Kid A/Amnesiac e a poluição sombria de Hail To The Thief. Dead Children Playing teve mais duas outras edições com novidades e mais material.

 

www.slowlydownward.com

 

Radiohead and Philosophy: Fitter Happier More Deductive (Popular Culture and Philosophy #38)

 

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Autores | Brandon W. Forbes e George A. Reisch

Ano | 2009

 

Nesse ensaio filosófico os autores buscam as conexões político-filosóficas do trabalho do Radiohead, a ruptura com a estética rock de Creep e Ok Computer e a transição a partir de discos como Kid A, a saída da gravadora e disponibilidade do disco In Rainbows por quanto o fã quisesse pagar são algumas das abordagens de Brandon W. Forbes e George A. Reisch nesse livro feito essencialmente para fãs.

 

 

Wild: An Elemental Journey

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Autor | Jay Griffiths

Ano | 2006

 

Uma verdadeira odisséia de conexões e sensações, é assim que muitas das vezes é descrito o livro do britânico Jay Griffiths, lançado em 2006 e premiadíssimo em todo o mundo. Em abril de 2011, Ed O Brien publicou no DAS(Blog oficial do Radiohead) a sua indicação desse trabalho, entre as palavras, chamou o trabalho de “medicinal”.

 

DAS

 

Exit Music: The Radiohead Story

51GnHfTzakL Autor | Mac Randall

Ano | 2000

 

Nesse trabalho o jornalista e crítico faz a biografia não autorizada do Radiohead, um notável trabalho de pesquisa desdos primórdios em Oxford, passando pelo sucesso de “Creep” e os revolucionários lançamentos de Kid A e In Rainbows por exemplo. Apesar do lançamento ter sido em 200o há mais três edições atualizadas disponíveis e traduções para o alemão, japonês e italiano.

 

Mac Randall

 

Everyday Apocalypse: The Sacred Revealed in Radiohead, The Simpsons, and Other Pop Culture Icons

 

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Autor | David Dark

Ano | 2002

 

Professor de inglês na faculdade paroquial Christ Presbyterian Academy, David Dark busca um novo sentido para o imaginário apocaliptico tão descrito e temido na Bíblia. Trazendo uma reflexão sobre a nossa sociedade e como num mosaico cristão-sociológico, Dark traz alguns ícones culturais para enfatizar que o apocalipse já está presente na música (trazendo para dentro o trabalho do Radiohead e de Back), no cinema e no universo de gente como Shakespeare e Flannery O'Connor. O Apocalipse é real e pode ser visto claramente segundo David Dark.

 

Beijar O Céu

 

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Autor | Simon Reynolds

Ano | 2006

 

O jornalista e crítico londrino Simon Reynold traz nesse trabalho um apanhado de algumas de suas melhores matérias. Nele temos uma verdadeira pérola publicada pela The Wire em 2001 pérola, com Thom Yorke e Cia sobre a produção do material de Kid A/Amensiac, a ruptura com o processo de gravação, classes sociais, Miles Davis em uma entrevista fantástica. Há uma edição em português pela Conrad .

 

No arco-íris do esquecimento

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Autor: João Henrique Balbinot

Ano | 2012

 

O escritor João Henrique Balbinot traz a poética dos contos em um  trabalho inspirado no universo do Radiohead entre outras profundas inspirações. No Arco-íris do Esquecimento, o autor paranaense realizou seu primeiro trabalho. transformando-o em uma leitura densa, profunda e atemporal.

 

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Radiohead Kinetic | Hail To The Thief Instrumentos

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Hail To The Thief parece ainda ser uma obra prima a ser desvendada – Como acontece hoje com Kid A – sua produção, poética e conteúdo – Por vezes político por vez surreal – rendeu ao Radiohead algumas das mais fantásticas canções da discografia. Um apanhado de tudo que a banda havia feito até 2002 mas condensado em 14 faixas poderosas e singulares, algumas com momentos indescritíveis. O genial site http://thekingofgear.com/ (Especializado na instrumentação da banda) listou os equipamentos usados por cada um dos membros na montagem dessa engrenagem que faz 10 anos mas cada vez torna-se mais atemporal.

 

Thom Yorke



Guitars

-Fender Telecaster Deluxe 2+2=5, I Will(?)

-Fender Telecaster Custom Where I End And You Begin

-70’s Japanese Reissue Fender Telecaster

-Fender Jazzmaster No2

-Fender Jazzmaster No3

-Sunburst Rickenbacker 330 No1

-Sunburst Rickenbacker 330 No2

-Gibson ES125T There There

-Gibson ES-125

-Gibson Hummingbird

-1995 Lakewood M14 Go To Sleep, A Wolf At The Door



Amps

-Dave Peterson Vox AC30 (main amp for this album)

-Marshall Bluesbreaker

-Fender Twin Reverb ‘65 Reissue



Effects
-Tech 21 XXL 2+2=5(?), There There

-Proco Turbo Rat
 Where I End And You Begin
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-Marshall Shredmaster

-Marshall Bluesbreaker?

-Boss PS2 Where I End And You Begin

-Boss DD5

-Boss RV3

-Roland RE201 Space Echo

-EMT 140 Plate Reverb



Other

-Yamaha U1 Piano Sit Down. Stand Up., Sail to the Moon, Backdrifts, We Suck Young Blood, A Punch Up At A Wedding

-Roland MC505 Backdrifts, The Gloaming
Note: 
Thom also used a Yamaha QY70 when writing, though not on the records of Sit Down Stand Up, Backdrifts, Where I End and You Begin, Where Bluebirds Fly, and There There.

 

Jonny Greenwood



Guitars

-Fender Telecaster Plus 2+2=5, Sail to the Moon, Go to Sleep, We Suck Young Blood, There There, A Punch Up At a Wedding, Scatterbrain, A Wolf At the Door

-Fender Telecaster Standard/Plus

-Fender Starcaster



Amps

-1998-ish AC30 6TB Reissue

-Dave Peterson Vox AC30

-Fender Eighty-Five

Effects

-Roland RE201 Space Echo

-EMT 140 Plate Reverb There There. Probably used on every other song with Jonny guitar as well, but for There There it is particularly audible.

Note that during the recording of Hail To The Thief, Jonny was very particular about not using too many effects on his guitar(he discussed this in an interview), so I chose not to list his full pedalboard which was used on tour but not for recording. The full board is, however, listed on Jonny’s page.



Synths

-Ondes Martenot 2+2=5, Where I End And You Begin, We Suck Young Blood

-Analogue Systems RS8500 with Double Sequencer Sit Down. Stand Up.

-Analogue Systems French Connection

-Analogue Systems The Apprentice Cabinet
-Sequential Circuits Prophet 5 (Nigel’s synth, may have been used on Myxomatosis.)
EMS VCS3 (Something which resembles this is visible in the studio during the sessions for this album.)




Other

-Max The Gloaming, Go To Sleep

-Glockenspiel Sit Down. Stand Up.


Ed O’Brien



Guitars

-Plank Ed2

-Fireglo Rickenbacker 360 2+2=5*

-Jetglo Rickenbacker 360 12-String

-Eric Clapton Fender Stratocaster (ST1) Sail To The Moon, Backdrifts, The Gloaming, Where I End and You Begin, We Suck Young Blood

-Fender Telecaster 2+2=5, Go To Sleep

-Fernandes Native Pro Myxomatosis

-1967 Gibson ES335 A Punch Up at a Wedding, Scatterbrain, A Wolf At The Door
-
-1960s Gibson ES330

Note: For the songs not starred, live use in 2003 rather than studio use is listed since sometimes Ed’s contributions are emulating other instruments. Ed particularly likes his Strat and Tele for use with effects, so on songs
Amps

-Dave Peterson Vox AC30 (main amp for this album)

-Mesa Boogie Dual Rectifier Trem-O-Verb No1

-Mesa Boogie Dual Rectifier Trem-O-Verb No2
Effects

-EHX Holy Grail

-Boss DD5x4

-Boss PN2

-Akai Headrush

-Line 6 DL4

-Digitech Whammy WH4

-Boss LS2

-Boss FV300H

-Boss TU2

-Lovetone Ring Stinger

-Lovetone Meatball

-MXR Micro Amp(?)

-Boss GE7

-Crowther Hotcake Go To Sleep?, Myxomytosis

-Voodoo Labs Sparkle Drive Go To Sleep?

-DOD440

-Roland RE201 Space Echo

-EMT 140 Plate Reverb Myxomytosis?

Notes: To see the exact signal order of Ed’s pedals for this board, check his page. Also, since most of Ed’s contributions are either straight rhythm guitar or weird effects, his pedals are often used in either complex combinations or nearly not at all.


Colin Greenwood

Basses

-Vintage White Fender Precision Bass Used on everything other than Myxomatosis.

-Sunburst Precision Bass

-Music Man Sterling No3 Myxomatosis

Amps


-Gallien-Krueger 800rb Head i
     into an Ampeg SVT 8x10 Cab

-Gallien-Krueger 400rb Head i
-Ampeg GV22 Combo

Effects

-Shin Ei Companion Fuzz

-Lovetone Big Cheese

-Furman PL8 Power Conditioner

-dbx 160A Compressor/Limiter x2

-Korg DTR-2 ToneWorks Digital Rack Tuner

Beat Machines

-Akai MPC60

-Akai S3200XL

-Roland TR909 No1

-Roland VS-1880 Digital Studio Workstation

 

Phil Selway



-Premier Genistas: 18x20 kick 5.5x14 snare, 14x14 floor tom, 9x12 rack tom

-Zildjian cymbals (including 12” splash, 17” Re-Mix ride)

-Roland SPD-20

 

FONTE: The King Of Gear

Oito canções cósmicas do Radiohead

 

Aproveitando a postagem de Thom Yorke no DAS com uma foto da Terra tirada pela sonda Voyager 1. Reunimos oito canções espaciais da discografia da banda. Frequentemente “tachado” de alienígena pela construção onírica e experimental de suas canções, em vários momentos da discografia Thom Yorke parece desejar e/ou estar nas profundezas do espaço.

 

Claro, há outras grandes canções espaciais da banda, reunimos essa para nosso entorpecimento mútuo. Topa a viagem?.

 

.Airbag

 

 

A canção de abertura de Ok Computer (1997) é até hoje um marco, uma das mais bem construídas canções do seminal disco. O renascimento pessoal após um acidente (também uma referência aos acidentes de carro sofridos por Yorke) possuí um dos mais emblemáticos e fascinantes trechos do Radiohead. “In an interstella burst.... I am back to save the uuuuuniverse.”

 

.Sail To The Moon ( (Brush the Cobwebs out of the Sky)

 

 

Sem dúvida, Sail To The Moon está entre os dedilhados mais geniais de Jonny Greenwood e uma densidade vocal capaz de nos levar ao entorpecimento. A canção do disco Hail To The Thief (2003), foi dedicado ao filho de Yorke e está inserida  no universo Orwelliano do trabalho, um pessimismo sutil, revestido em esperança por um mundo melhor, mesmo que longe daqui e de tudo.

 

 

.In Limbo

 

 

Outra pérola do psicodelismo radiohediano. In Limbo faz parte do seminal Kid A (2000) e traz a vestiginosidade sonora como base da canção. Guitarras e delírios vagam por um ambiente que tende ao desequilíbrio, Thom Yorke: “You're living in a fantasy world This Most Beautiful world”, a sensação de queda num verdadeiro limbo no final da canção é assustadoramente real e hipnotizante.

 

.Subterranean Homesick Alien

 

 

Claro que não poderia faltar essa obra de arte do disco Ok Computer (1997). A canção traz uma intrigante letra de Yorke, sobre alienígenas filmando comportamentos humanos e o levando para seu mundo para uma análise, há ainda o próprio Thom sendo abduzido. A guitarra cósmica de Jonny Greenwood, teclados e atmosfera apontam sem dúvida para uma verdadeira viagem pela espaço rumo ao desconhecido.

 

.Treefingers

 

 

Um dos intrigantes instrumentais do Radiohead, também uma autêntica construção espacial baseada na guitarra de Ed O’Brien. A canção faz a ponte em os dois lado sombrios de Kid A (2000). A banda só veio a tocar a canção ao vivo ano passado, em Nimes na França.

 

.Black Star

 

 

Mesmo num disco baseado em guitarras, a poesia de Thom Yorke já tocava nos limites da galáxia nessa bela canção de The Bends (1995). Com uma das mais belas melodias da discografia, Thom culpa a “Estrela Negra” pelas razões que só sua poética poderia olhar. “Blame it on the black star/Blame it on the falling sky/Blame it on the satellite that beams me home

 

.Where i End and You Begin (The Sky Is Falling In)

 

 

Se Thom Yorke parece por vezes estar num estado de letargia em Hail To The Thief (2003), algumas canções promovem movimentos que dão a sensação de asas. Coloque o cinto ou simplesmente deixe-se levar pelo Ondas Martenot comandado por Jonny Greenwood e flutue nas reverberações de Thom, um anjo? uma casa se espatifando no mar?, a poesia pode ter mil interpretações. Essa é uma das mais poderosas canções da discografia, alienígena até o último suspiro.

 

.Go Slowly

 

 

A letra de Thom Yorke definitivamente não fala do universo, nem de aliens, mas não precisava, basta ouvir as primeiras partículas de segundos dessa obra de arte, B-sides do disco In Rainbows (2007),  para perceber que aqui a gravidade só existe no imaginário. Yorke e os Radiohead estão distantes, muito distantes.

Os 15 melhores vídeos do Radiohead feito por fãs

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A revista eletrônica americana PASTE MAGAZINE selecionou os 15 melhores vídeos do Radiohead feito por fãs. A videografia da banda é uma das mais criativas e inesquecíveis dos anos 90, principalmente dos discos The Bends e Ok Computer. Nos anos 2000 mesclou épicos vídeos como o de There There e Knives Out com experimentalismos artísticos como em House Of Cards e Pyramid Song e performáticos como em Lotus Flowers. Desde Hail To The Thief, muitos videoartistas têm trabalhado com músicas da banda. A lista inclui animes como os ganhadores do concurso aniBoom realizado na época do disco In Rainbows, trabalho com filmes, documentários e experiências visuais.

 

Concorda com a lista?

 

Confira agora a seleção feita pela PASTE.

 

15°| Nude

Radiohead - Nude from Stefan Ringelschwandtner on Vimeo.

 

14º | Fitter Happier

 

 

13º | Go Slowly

 

 

12º | Nice Dream

 

 

11º | 15 Step

 

 

10º | Reckoner

 

 

09º | Bodysnatchers

 

 

08º | Codex / The Tree of Life (2011)

 

 

07º | Videotape / Workers Leaving The Lumière Factory in Lyon (1895)

 

 

06º | The Amazing Sounds of Orgy

 

 

05º | 15 Step

 

 

04º | A Wolf at the Door

 

 

03º | Let Down / Sandpit (2010)

 

 

02º |  Weird Fishes / Arpeggi

 

 

1º |  "All I Need" / Microcosmos (1996)

 

 

Aqui

Radiohead R-Sides - Worrywort

R-sides – uma reflexão sempre radiohediana sobre os B-sides do Radiohead.

 

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Como é meu primeiro artigo aqui, resolvi dar início falando da minha faixa de b-side favorita: Worrywort.

 

Ela é originalmente do b-side do single Knives Out, da época do glorioso Amnesiac.  Mas por que tanto favoritismo assim? Na verdade não há uma explicação muito concreta e certa, mas há uma série de elementos que podem ser levados em consideração, e que, talvez, levem você a achá-la tão importante quanto eu.

 

Primeiramente, o próprio Amnesiac em sua essência definiu muito o novo perfil que a banda iria apresentar nos próximos discos. Ele foi como uma ponte tanto pro Hail to The Thief, quanto para o In Rainbows. Foi um álbum que amenizou mais as características fundamentais do Radiohead.

 

E os b-sides dessa obra-de-arte não seriam diferentes. Eles, mais ainda, previam o que estava por vir – principalmente - no In Rainbows.

 

Worrywort está muito a frente de seu tempo, 2001, ano em que foi originalmente concebida. E com absoluta certeza, Worrywort não é a única faixa do b-side que merece atenção. Mas é a que melhor mistura os elementos eletrônicos suaves que eles viriam a usar com as letras completamente devastadoras que só o Thom Yorke conseguiria idealizar.

 

 

 “It's such a beautiful day.
Go up to the mic,
Go and get some rest.”

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Perfil: Thaís Martins, 18 anos, mal saiu das fraldas mas acabou encontrando por acaso no Radiohead um amor que ninguém consegue explicar. Fã assumida.

Clássicos Artigos - "Amok" | Antes bem acompanhado do que só

A sessão Clássicos Artigos de hoje traz uma matéria da Bravo sobre “Amok” o debut do projeto Atoms For Peace de Thom Yorke.
 
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Sempre que um astro do rock, do soul, do rap ou de qualquer gênero popular tem um punhado de ideias que acredita não caber em sua carreira principal, recorre a projetos paralelos, seja a gravação de um disco solo, seja a criação de um novo grupo. De tal necessidade nasceu o Tin Machine, conjunto que David Bowie lançou em 1988 para tocar mais pesado. Os registros individuais de Mick Jagger e Keith Richards foram motivados pelo desejo de fugir do trivial dos Rolling Stones. Já Bob Dylan, Tom Petty e os finados Roy Orbison e George Harrison escolheram experimentar outros desafios entre amigos, formando a megabanda Traveling Wilburys. Com o Atoms for Peace, Thom Yorke urdiu algo que é um pouco disco solo e um pouco supergrupo. Ironicamente, o álbum que resultou da empreitada, Amok, poderia ser assinado pelo Radiohead, a residência oficial do cantor e guitarrista.
 
O Atoms for Peace surgiu em 2009, quando Yorke foi atrás de uma banda para executar ao vivo as faixas de The Eraser (2006), seu álbum solo. O inglês não economizou na seleção de talentos. Para o baixo, convocou o virtuose Flea, dono dos grooves do Red Hot Chili Peppers. Para a bateria, fisgou Joey Waronker, já visto com R.E.M. e Beck. Mauro Refosco, percussionista catarinense que chamou a atenção ao montar (em Nova York) o grupo Forró in the Dark, recebeu a incumbência de auxiliar na cozinha. Com as programações eletrônicas, Yorke não quis arriscar: escalou Nigel Godrich, produtor que trabalha com o Radiohead desde 1994.
 
Baião
 
Após algumas apresentações bem-sucedidas, o cantor sacou que tinha um time qualificado demais para ser apenas a banda de apoio de sua aventura solo. Ele percebeu que montara um grupo paralelo. Ou melhor, um supergrupo paralelo – e o batizou com o nome de uma música presente em The Eraser: Atoms for Peace. Em Amok, esse combo suinga como se estivesse junto há décadas. Flea entrega uma linha de baixo monstruosa em Stuck Together Pieces. A mão de Mauro Refosco fica evidente na marcação de Unless, que se assemelha a um baião – Little by Little, do Radiohead, já havia suscitado comparações com o ritmo nordestino, mas agora o flerte é mais perceptível.
 
Nas letras, Yorke investiga a condição humana, ainda que, às vezes, de forma cifrada. Default, por exemplo, traz versos angustiantes: “Eu preciso parar/ A vontade é forte/ Mas a carne é fraca/ Acho que é isso/ Eu fiz minha cama/ E estou deitado nela”. Nada muito diferente das neuras expostas em temas do Radiohead. Mas, mesmo que Amok não signifique uma ruptura em relação a seu trabalho principal, é interessante observar o líder de uma das formações mais celebradas do rock atual em outra companhia. E que companhia!
 
José Flávio júnior é jornalista.

Via: Bravo












Thom Yorke e o futuro do Radiohead

 

Pode demorar, como demorou todo os discos pós Kid A/Amnesiac, o próximo trabalho dos Radiohead virá, mas não será fácil, não será leve, será acima de tudo reflexo do tempo de cada um dos seus membros e como mais essa pausa refletiu em suas andanças.

 

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Muitos andam se perguntando oque anda acontecendo com Thom Yorke?, sobre o suposto fim do Radiohead e suas andanças eletrônicas que mete medo em muitos fãs saudosistas dos ingleses. Estaria Yorke pronto a decretar o fim de uma das melhores bandas da história para abraçar de vez seu trabalho solo? a resposta seria NÃO.

 

Mesmo que diferente, as entrevistas e a postura de Thom reflete-se na verdade em diversas fases do Radiohead. A inquietação mídiatica em meados de 98, ainda na tour de Ok Computer, a saturação com a melodia e a forma de fazer música que se transforma em discos como Kid A e Amnesiac, a próprio inquietação de trabalhar em estúdio que acaba virando o termometro para Hail To The Thief que assim como The Bends (1995) foi um disco feito na estrada.

 

Chegamos em 2006/2007, quando Ed, tempos depois chegou afirmar que a banda pensou em acabar em meio ao processo de criação do seminal In Rainbows e agora, depois de lançar o último The King Of Limbs, se recusando a trabalhar da mesma forma desgastante que o disco anterior, a banda buscou outra forma de gravar oque refletiu a príncipio num disco obscuro que não parecia pronto para uma turnê, mas que acabou em 2012 rendendo uma das mais fantásticas tour da história da banda.

 

Por tudo isso, temos a noção de que sempre o Radiohead esteve no limiar de um final melancólico e isso ao contrário do posam brandar alguns pessimistas, acaba no final se revertendo em um disco clássudo. Foi assim com Kid A, foi assim com In Rainbows, Phil Selway mesmo já decretou que cada disco é uma negação do outro, então podemos esperar uma banda disposta a entrar em estúdio nos próximos anos? sim!.

 

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A pausa dessa vez foi pensada, mas, melhor do que isso, serve para cada viver um pouco suas vidas longe dos holofotes dos fãs ou como o próprio Colin Greenwood afirmou, está cada um espalhado pelo mundo. O Radiohead é acima de tudo, pulsação, vida, calor do corpo e da alma, a banda só trabalha aquilo que gosta e que julga ser bom, são perfeccionistas por natureza, são senhores do médoto e Thom Yorke é coração até a alma.

 

No mais, tudo novo de novo, Thom inquieto, dando entrevistas obascuras que deixam fãs e imprensas preocupados, as vezes sarcastico até a última gota, acima de tudo, criativo, nunca pára, nunca dorme (???) engata projetos e parcerias uma atrás da outra, isso é ótimo, Thom precisa colocar para fora suas ânsias, assim como fez com o disco The Eraser (2006), a banda lançou dois discos depois desse trabalho, portanto, uma coisa não anula a outra.

 

Pode demorar, como demorou todo os discos pós Kid A/Amnesiac, o próximo trabalho dos Radiohead virá, mas não será fácil, não será leve, será acima de tudo reflexo do tempo de cada um dos seus membros e como mais essa pausa refletiu em suas andanças.

 

Esparamos ansiosos pelo futuro.

Radiohead Clássicos Artigos: Parar, escutar e ver - A história de uma videografia ímpar

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Música para a cabeça. Música feita para a sensibilidade, para a provocação das mentes. Cabeça de rádio. Música para ouvir, música para ver. Já que «Kid A» não terá qualquer teledisco -- nem, a propósito, nenhum single -- promocional, justifica-se lembrar a videografia de uma das bandas mais gráficas de todos os tempos; e uma das que melhor música faz, também.

Depois de «OK Computer», o álbum da aclamação, os Radiohead voltam a fazer um disco com um título gráfico e minimal: «Kid A». Quem conhece toda a panóplia de criações gráficas que acompanha as edições da banda, com especial incidência no disco de 1997, percebe que a componente pictórica da música (que a serve ou é servida por ela) não é nunca descurada.

A iconografia, que uma consulta ao mais oficial dos sites não oficiais, o followmearound.com, pode dar a conhecer, e particularmente os telediscos que desde o início têm assinado, são elementos quase tão significativos como a canção, na construção do obtuso edifício artístico Radiohead. Depois do anti-single de «OK Computer», «Paranoid Android» (que tem mais de seis minutos), a banda resolveu, para a edição de «Kid A», não seleccionar nenhum single, nem rodar vídeos.

São atitudes corajosas, louváveis porque marginais, possivelmente estranhas; mas, analisando toda uma carreira, conclui-se serem apenas opções de coerência, por parte de um grupo que sempre valorizou a imagem, a capacidade pictórica que a música guarda, de montar cenários e panoramas e projectar personagens e ideias e inquietações com um fundo sonoro sugestivo, esquemático, passível de abrir ao ouvinte uma nesga para espreitar o universo imagético proposto, ou montar a sua própria narrativa de acção. «Kid A» leva estas premissa ao limite: ao ouvir o disco, só imagino os músicos a olhar para as canções e a pensar: como é que vamos agora fazer isto?

É como ter uma série de lindíssimos tijolos, um de cada formato diferente, e querer com eles construir uma parede. Não é fácil, mas conseguindo, fica de certeza uma parede única e peculiar. E custa a descodificar o acesso mental a estas faixas (melhor que chamá-las «canções» -- porque há em «Kid A» canções e não canções, melodia e só som, refrões e instrumentos, electrónica e orgânica). É um álbum desformatado, que se recusa a encaixar, que é disforme e harmonioso. Como os dentes de Thom Yorke.

Adoro os dentes do Thom. Em quase todos os vídeos dos Radiohead, lá estão eles, assustadoramente autênticos, horrivelmente a prova do que somos e onde fraquejamos, do que assumimos e do que fingimos, da verdade e da máscara. Detentores de uma magnífica videografia -- da qual a amostra mais representativa está compilada na cassete VHS «7 Television Commercials», que será a matriz para este texto -- os Radiohead protagonizam autênticas obras de arte, pequenas provocações com uma intenção estética e contemplativa, cujo sentido é intensamente ampliado pela contribuição musical.

A música vive muito disto ou nada disto sobrevive à música? Serão os dois suportes independentes face à genialidade que a ambos está subjacente? Tomemos «Fake Plastic Trees», de «The Bends». Qualquer vídeo é um bom exemplo: há aqui uma coerência, uma gestão da conceitualidade que os associa e diferencia, os torna únicos mas irmãos. Dirigido por Jack Scott, parece ser uma alegoria para a voracidade do consumo de massas -- os membros da banda são passeados, dentro de carrinhos de compras, pelos corredores de um pseudo-hipermercado, onde os potenciais clientes encenam gestos de desequilíbrio e os repositores das estantes usam as máquinas de rotular como arma de violência.

Os produtos à venda, todos iguais, insistem no perigo do tipo, da série, e o ar de plástico descartável de tudo aquilo é fortemente posto em contraste com a imagem dos dedos de Thom, e dos fabulosos dentes. No final, uma debandada generalizada esvazia o hiper; quase, porque uma criança resiste. Personagem recorrente nos telediscos dos Radiohead -- basta relembrar «Street Spirit» ou «Paranoid Android» -- a criança simboliza a pureza num mundo perdido. Os Radiohead não se fazem de salvadores. Tal como nunca aparecem sozinhos num vídeo: há sempre figurantes, que até são frequentemente os protagonistas.

Em «Paranoid Android», os Radiohead são evocados pelo boné de Robin e pelas aventuras no bar onde este e o amigo Benji vão beber -- a banda está sentada numa das mesas. Mas toda a acção se centra nestas duas personagens, criadas por Magnus Carlsson, sobre as quais se pode ler tudo, mas tudo, no followmearound, que se deslocam de táxi numa grande cidade e cuja vida é subitamente cruzada com a de um deputado falhado, que decide também meter-se nos copos. Esta demencial ilusão de animação não foi bem recebida -- para já, a MTV censurou as maminhas das sereias e das putas, mas não ficou chocada com o homem que corta à machadada as suas próprias pernas e braços -- e fica para a posteridade como um dos vídeos menos normais da história do rock. É bizarro, perverso e sarcástico: na loja de animais, dois hamsters estão a copular. Robin, enquanto protótipo do inocente, joga ping-pong com um anjo. Thom Yorke canta «God loves his children».

No limiar da consciência. Como «Street Spirit». Filmado num deserto nas imediações de Los Angeles, por Jonathan Glazer, o tema do álbum «The Bends» é, para Thom, o «mais puro». No tal site reproduz-se um testemunho incrível do vocalista sobre esta canção, que só se entende plenamente quando se acompanha com vídeo. A preto e branco e adornada de uma quantidade de efeitos que fazem coincidir, num mesmo plano, imagens em câmara lenta e imagens em velocidade regular. Elegante e onírica, «Street Spirit» troca os tempos e os ritmos e escolhe a areia para simbolizar a passagem do tempo. Os músicos sorriem de prazer; como nós.

Thom Yorke não esconde aqueles dentes. A criança, sempre a criança, está lá: e enfrenta, com a mesma imperturbabilidade, um cão feroz e um insecto asqueroso. Bailarinas atravessam a cena, perfazendo com beleza inefável um vídeo de constante claro-escuro. Em «Karma Police», de «OK Computer», Jonathan Glazer reincide numa linguagem do oblíquo: somos sentados a conduzir um carro, em cuja parte de trás está Thom, que avança por uma estrada mergulhada na noite. Acabamos por ver um homem a correr, a fugir de nós. O carro, de estofos vermelhos, joga com ele uma perseguição de brincadeira, recuando para ganhar balanço e tentar uma investida. Antes de tudo, porém, numa ilógica inversão da história, o carro acaba consumido pelas chamas. Outros finais improváveis: o de «High & Dry» e o de «Just», ambos de «The Bends».

O primeiro, passado no restaurante Dick's Diner (3188 Alvarado Street, San Leandro, Califórnia), filma, na mão de Paul Cunningham, as refeições de várias pessoas comuns, que são quem canta a letra. Pesados segredos adivinham-se nas faces de clientes e empregados, um enredo que tem início numa misteriosa mala que despoleta momentos de flash-back e finaliza na explosão de um automóvel. A cena na casa-de-banho -- onde volamos a encontrar uma criança -- é reveladora. Quanto a «Just», é praticamente uma fábula, filmada por Jamie Thraves em Londres. Do cimo de um bloco de apartamentos, a banda, enquanto toca, assiste a uma inusitada cena que ocorre na rua: um homem está deitado no pavimento, sem qualquer razão para tal.

A preocupação, admiração e consequente indignação das pessoas que passam, que insistem -- sabêmo-lo pelas legendas dos diálogos -- em saber o porquê daquela repentina atitude (que teve origem junto a uma banheira, tal como «Paranoid Android»). O homem cede, nós não somos privilegiados com a informação: e os Radiohead garantem que nunca revelarão o segredo. A verdade é que todos os transeuntes permanecem, quedos como mortos, na rua, no final de uma bizarria inócua mas intrigante. Da janela, os membros da banda espreitam: mais uma vez os dentes de Thom Yorke estão presentes.

Não, contudo, com a persistência do vídeo de «No Surprises», de Grant Lee, rodado para «OK Computer», em que a cabeça de Thom, enfiada num capacete de vidro, ocupa o écrã, devora-o sem maquilhagem e com barba por fazer e os dentes aproximam-se de nós como nunca. A letra da canção é reflectida no vidro, o qual começa paulatinamente a encher-se de água, deixando Thom submerso por 57 segundos, qual cabeça conservada em formol, enquanto luzinhas por trás de nós acendem e apagam, tipo estação de metropolitano. É cada um de nós, em cada momento, como numa alucinação, o chamado a olhar o sentido e o absurdo, o belo e o grotesco, a admirar ou a odiar a impressão de uma dentada no vídeo.

Mónica Guerreiro

Thom Yorke ironiza sobre fim do Radiohead – Tudo no seu devido lugar

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Sim, de tempos em tempos nosso querido e inconstante Thom Yorke declara algum tipo de mudança, que na prática, acaba nem se configurando e sim revela-se uma forma ironica de se expressar. Durante a tour do seminal Ok Computer (2007), Thom mostrava descontentamento com a mídia e com os holofotes sobre eles, quando lançaram o obrigatório Kid A (2000), Thom falava em descontentamento com as guitarras e melodia e relevou em entrevistas depois que pensou em até mudar o nome do Radiohead.

Entre ameaças que a banda não lançaria mais discos físicos (época do In Rainbows, 2007), não fariam mais turnês (The King Of Limbs, 2011) e agora a recente entrevista com ator Alec Baldwin, Thom afirma que pensa frequentemente sobre “oque estamos fazendo aqui?, sobretudo quando a banda fica duas semanas sem se reunir, pensamento esse que vem com os stresses da vida cotidiana. O frontman também falou do desejo de fazer concertos em palcos menores, mais intimistas, algo que ele mesmo já havia falado na Tour In Rainbows.

Sabemos que Thom sempre vem com com essas idéias que ele próprio admite que os outros membros já esperam. Não se surpreenda se Ed O Brien vier semanas ou meses depois esclarecer que tudo não passou de um mal entedido.

Enquanto isso, aguardamos o próximo disco com uma das melhores canções inéditas da tour 2012.

Quando Madonna, U2, Brad Pitt, Marilyn Manson, Oasis e Blur quiseram ver o Radiohead

VIA: POPLOAD

O jovem Thom Yorke parando Nova York com sua banda, aquela, em 1997

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O ano é 1997 e a época é a do lançamento do histórico “OK Computer”, disco referência que apresentou de vez o Radiohead para o mundo, pautando desde jornais pequenos ao New York Times ou Guardian na discussão sobre se aquele era um álbum que estava mudando a história da música ou, no mínimo, salvando o rock’n’roll.

Pouco depois de duas semanas do lançamento, no início de junho daquele ano (dia 9), o Radiohead faria uma apresentação famosa e concorrida no tradicional Irving Plaza, espaço artístico famoso da cidade de Nova York, construído no final do século XIX, para pouco mais de mil pessoas, capacidade da casa. Mas a lista de gente que queria/foi ver a banda de Thom Yorke naquela noite é absurda.

A Madonna estava na lista, a Courtney Love também. O Brad Pitt pediu um par de entradas VIP, o Eddie Vedder também. O renomado produtor Rick Rubin assistiu o show ao lado dos Beastie Boys. Em pé de guerra, integrantes do Blur e do Oasis dividiram o mesmo espaço para ver uma banda terceira. O U2 e seu manager Paul McGuinness queriam ver o que estava acontecendo, se aquela banda vinha para desafiá-los: levaram 18 convidados. A lista ainda tem o bamba Michael Stipe, do REM, e o distinto Marilyn Manson, que gentilmente levou 14 amigos para ver se o “OK Computer” era mesmo tendência.


Marilyn Manson, Courtney Love e Michael Stipe curtem o concorrido show do Radiohead

A incrível “guest list” vazou e vem completa, abaixo.

* Naquela noite, o Radiohead tocou…
Lucky
My Iron Lung
Airbag
(Nice Dream)
Exit Music (for a Film)
Karma Police
Talk Show Host
Fake Plastic Trees
Paranoid Android
Bones
Climbing Up the Walls
No Surprises
The Bends
Creep
Just
Planet Telex
Street Spirit (Fade Out)

The Tourist

Black Star

The King Of Limbs - 2 Anos - Da Separação ao Florecimento



Menos impactante que Kid A, menos politizado que Hail To The Thief, mais curto que qualquer outro disco da banda, menos ácido que Amnesiac menos revolucionário que In Rainbows ou Ok Computer, tão delicado quanto qualquer disco lançado pelos ingleses. Com dois anos na estrada dos ouvidos sensíveis, atentos ou desatentos de cada fã, o oitavo disco do Radiohead foi sem dúvida um dos mais controversos no quesito dividir ouvintes entre adoradores e detratores.  Lançado em 18 de Fevereiro de 2011, só ano passado a banda se sentiu segura para submeter o disco aos sentidos apurados de cada fã, em concertos que marcaram pelo evolução de cada canção do trabalho e foi considerado a tour de algumas das melhores performances da história do Radiohead. 

Há de se ressaltar a qualidade da produção de Nigel Godrich em mesclar elementos - gravados de forma independente por cada membro -e junta-los num disco que não deixa-se penetrar facilmente. O tempo curto também contribui para a pouca apuração do projeto. Outro detalhe a ser levado em consideração é a não entrega da banda ao facilitismo melódico, aos chavões das bandas já consagradas, a preguiça literária e lugares comuns do rock. The King Of Limbs desafia o ouvido ao mergulho em metáforas sobre árvores, oceanos, superstições, o cotidiano voraz em sua jornada, o delírio, o renascimento à dança. Os vocais de Thom Yorke continuam sublimes e mágicos em sua poética, guitarras nada obvias dialogam com arranjos orquestrais sutis, Phil move-se em longos percussões, Jonny acompanha Thom num passeio entre fantasmas, a banda perde-se, encontra-se, para cometer em Separator, uma das suas melhores canções em toda a discografia. Há arte em The King Of limbs, para quem aprecia um disco como arte e não como um produto numa prateleira ou baixado como um clique aleatório e despretensioso.



Apesar da qualidade inegável da obra, The King Of Limbs dificilmente será visto como o melhor trabalho da trupe, quem acompanha as intensas mudanças e variantes do quinteto, acredita que é um disco experimental de transição. O experimental está mais no campo pessoal, em como a banda encontra-se nesse momento. Historicamente o Radiohead sempre trabalhou um disco que vai de encontra ao anterior, não necessariamente em sua sonoridade (mesmo que a influência ocorra inevitavelmente) mas de encontro ao método, a forma, a maneira que a banda se submeteu ao cria-lo e como pretende agora criar. Em entrevista Ed confessou que de um disco para outro, poucas canções se aproveitam, tudo começa o zero. 



The King If Limbs é um grande disco pela qualidade musical e pelas poesias escritas por Thom Yorke, só por esses dois aspectos, a banda já garante um ótimo trabalho, porém, o Radiohead nos acostumou à discos épicos, centrais em sua geração, divisor de águas e obras fundamentais do seu tempo, falta ao oitavo disco esse teor clássico atemporal, mas sobram lindas canções. É um disco de sobre fôlego, sobrevida, de um desejo mais artístico, mais voltado para saber para onde vão e onde estão. 

Em sua ideia raiz que está muito além do falar dos velhos chavões de relacionamentos, de amores, de traições, quem acompanha as letras de Yorke, garante que entre florescimentos, Flores de lótus, feras, fantasmas e sonhos acordados, Thom está dialogando com nosso mundo mais uma vez, de uma forma muito pessoal, íntima, atual em sua essência, é um disco sobre árvores? 


é um disco sobre a natureza humana. 

Review In Rainbows cinco anos - Radiohead, agora a cores e mais belos que nunca

Por: José Miguel Lopes

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Não foi assim há tanto tempo que In Rainbows, sétimo álbum dos britânicos Radiohead, chegou a nós. Apesar disso, já ninguém lhe poderá negar o papel na História da indústria musical, pela forma como o disco foi lançado. Mas ficará também na outra História por nos mostrar que há bandas que, mesmo com uma certa idade, sabem sempre que rumo seguir.

A premissa que deixou tanta gente de boca aberta? Se bem se lembram, cada consumidor poderia pagar pela versão digital do álbum (até ao começo de 2008, a única disponível em muitos territórios) a quantia que quisesse. Zero euros era opção válida. Uma estratégia arrojada que serviu de catalisador para discutir um assunto que já há muito merecia atenção. E não é invulgar associar-se o disco In Rainbows a esse ato de sagacidade comercial. Mas importa, claro, que a atenção por detrás da forma como este foi comercializado não ofusque o seu conteúdo. Noutras palavras: In Rainbows é clássico – não por ter sido uma das mais eloquentes vozes a anunciar a morte da antiga forma de se fazer negócio na música – mas pelas dez canções nele contidas.

Esta é a altura em que os apreciadores mais fervorosos de OK Computer se levantarão, afirmando que o sétimo disco dificilmente terá sido tão marcante como o álbum que veio ao mundo em 1997 e que influenciou, para todo o sempre, uma geração de bandas a começar nos Muse e Coldplay e a acabar nos Arcade Fire. Os principais apologistas de Kid A, por seu lado, insistirão que apesar do impacto aquando do surgimento de In Rainbows, esse disco não pode competir com o choque térmico que foi a chegada, em 2000, de um álbum ainda mais frio, alienante e experimental do que a já então consagrada obra-prima. Entretanto, os que advogam acima de tudo The Bends – do já longínquo ano de 1995 – dirão que a banda nunca foi tão firme, direta e emotiva como naqueles tempos.

Se todavia os procurarmos, não faltam argumentos que atribuam também a In Rainbowso estatuto de disco obrigatório. Se é facto que não possui a coesão conceptual de outros trabalhos, verdade é que nada entre as suas dez faixas soa fora do lugar ou excessivo. Depois, pesa o facto de todas as suas canções terem sido pintadas com belas melodias – algumas mais bonitas inclusive das que, até aqui, se puderam ouvir num álbum deRadiohead.

Mas os argumentos não ficam por aqui: ao contrário dos discos mais experimentais, – que nos tinham deixado, em certos momentos, com a ideia de que o grupo não seria já muito mais do que uma mera extensão de Thom Yorke – em In Rainbows sentimos osRadiohead a serem, realmente, uma banda no estrito sentido da palavra.

E que outra coisa se poderia dizer de um álbum onde cada um dos membros individuais assume papéis em tudo capazes de ombrear com os seus outros pontos altos? A prestação do vocalista Thom Yorke, por exemplo, impressiona pela beleza com que o seu falsete (talvez até melhor do que antes) nos chega aos ouvidos. "Reckoner", "Faust Arp" ou "Nude" figuram entre os melhores momentos na carreira do vocalista. Jonny Greenwood, quando não nos arrepia com os seus teclados, cativa-nos pela elegância com que a sua guitarra liberta arpejos.

Essas notas, não raras vezes, acabam intercaladas com as de Ed O’Brien que – por seu lado – se mostra o verdadeiro senhor das ambiências quando não está, também ele, a trabalhar nas grandes melodias do disco. Já Colin Greenwood, o baixista, atribui sensualidade, carisma e profundidade às canções com uma regularidade que já não se sentia desde 1997, enquanto o baterista Phil Selway permanece o mesmo de sempre: desconcertante em "15 Step", competentemente emotivo nas "Weird Fishes/Arpeggi" e "All I Need", quando não se demonstra suave que nem um cisne, como em "Nude".

Depois temos, claro, as canções. Tal como no anterior Hail to the Thief, não há um estilo nem estado de espírito singular que sobrevoe todo o álbum. Mas, ao contrário daquele disco lançado em 2003, em In Rainbows a diversidade resulta mais benéfica e apaixonante do que desequilibrada. Assim, entre a explosão pop de "15 Step" (batidas saltitantes, guitarras meigas, ritmos traiçoeiros e uma aparente leveza no som que nos deixa, a princípio, desnorteados) e a distorção abafada de "Bodysnatchers" (onde os riffs de guitarra chovem pelos ouvidos a ponto de ser recomendável baixar-se um pouco o volume) vai uma oscilação de géneros digna de uma salada russa. Contudo, ela resulta. E assim será por todo o disco.

A joia da coroa será, deste modo, assunto suscetível para acesos debates. Mas, entre tudo o que por aqui se ouve, será difícil permanecer-se incólume perante a melancólica teia de arpejos que é "Weird Fishes/Arpeggi", uma canção onde o quantitativo de belo será tudo menos excessivo. Ou talvez o cume se fique pelo erotismo subtil de "Nude" que, poupada nos arranjos, nos demonstra uns Radiohead mais vivos, quentes e humanos do que estávamos habituados a ouvir.

Pareceria, contudo, crime não se mencionar a sinceridade emotiva de "All I Need" – talvez uma das canções mais diretas do grupo em muito tempo – onde a distorção do baixo e as ambiências obscuras vão dando lugar a um clímax como há muito não se ouvia num disco de Radiohead. E, já que falamos nisso, também não se poderia ignorar a beleza acutilante de "Reckoner" – epicentro de In Rainbows – que seduz seja pelo mistério da letra, a formosura das guitarras, o gemido de Yorke ou pela sumptuosidade das orquestrações.

Um pouco abaixo da fasquia ficará, entretanto, o momento acústico de "Faust Arp" que – não obstante a sua aparente complexidade e a beleza com que as guitarras acústicas, os instrumentos de cordas e a voz de Yorke se misturam – não deixa de soar como uma mera ponte ou interlúdio entre as mais emocionais "All I Need" e "Reckoner". A outra canção que ficará um pouco aquém é a despedida com "Videotape" que, apesar da melancolia em nós invocada ou da hipnótica passagem de piano, não consegue ombrear em dramaticidade ou encanto com outras canções de ADN semelhante, desde "Pyramid Song" a "Sail to the Moon". Mas claro que, mesmo abaixo desses outros momentos, ambas as canções merecerão o seu mérito. De resto, tanto a pendular "House of Cards" como a mais orelhuda "Jigsaw Falling into Place" não ficarão por cá esquecidas.

Posto isto, não será por acaso que se repetiu tantas vezes, ao longo deste texto, a palavra 'belo' ou seus derivados. É que, se OK Computer ficou para a História pelo modo épico com que descreveu e musicou estes tempos tão modernos e se Kid A foi clássico pelo aventureirismo e pela frieza da abordagem eletrónica que a banda assumiu, resta dizer que também In Rainbows tem tudo para singrar no imaginário coletivo, quanto mais não seja pela beleza das canções nele contidas.

MATÉRIA ORIGINAL>> Comum