Para ouvir lendo (ou apenas ouvir): Life in A Glasshouse

tumblr_mzbkzkn9gH1rbcrrao1_500

 

 

Movimento retilíneo uniforme (um fragmento)*

 

Ainda que difícil, ainda que em descrente esperança, vou. Não vou para lugar algum, apenas vou. Não intencionar um lugar de chegada é tão imprescindível quanto ir. Corro mesmo que as minhas pernas doam, mesmo que meu corpo definhe: em tempos mudos e acomodados, não há outra alternativa além de sobressair ao normativo, aos não-me-toques e me-desculpes dessa vida. Corro até destoar, até irromper e me chocar com tudo que há de moderado e comedido nessa vida. Neste lugar maquínico e, por via oral, anestesiado é impossível aceitar o razoável, porque a vida, ultrajante, é um exagero por definição. Corro de encontro ao me perder, para conhecer meus limites, fazê-los deslimites, disparates.

---

* Este é o 16º conto que compõe o livro “No arco-íris do esquecimento”, originalmente dedicado para “Marcel Bocalão”.

 

João Henrique Balbinot, paranaense de interior, gosta de viver rodeado de músicas, palavras e pessoas.  Quase sempre. Autor do livro de contos “No arco-íris do esquecimento” (Ed. Multifoco, 2012).

 

Blog: http://influir.wordpress.com/
Facebook: http://www.facebook.com/jh.balbinot
Last.fm: http://www.lastfm.com.br/user/joaohenriquebf

Livro:

http://www.editoramultifoco.com.br/literatura-loja-detalhe.php?idLivro=966&idProduto=995

http://www.travessa.com.br/NO_ARCO_IRIS_DO_ESQUECIMENTO/artigo/03e09677-523d-4d13-b76a-c31c771237af

Comentários
0 Comentários

0 comentários:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...