Thom Yorke - Tomorrows Modern Boxes | Primeiras Impressões

As primeiras impressões faixa por faixa do novo disco solo de Thom Yorke | Tomorrow's Modern Boxes

 

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Sedutoramente Yorke volta a corromper nossas sensações futurísticas em nova incursão pelo terreno da eletrônica, ou seria da ficção científica, onde percorremos caminhos que se abrem em longos abismos mecânicos e se transmutam em novas vielas, adentrando por fendas ocultas, nosso cerebro. Esta é o password para A Brain In A Bottle primeira faixa desta nova pérola.

 

Antes que pudessemos reconher o matálico ambiente por onde a voz de Yorke desliza pelas paredes, digitamos as senhas e já estamos em Guess Again!. Pianos parecem gigantes nuvens presas dentro da sala, agonizamos em densas incertezas, um peso, um pesar, uma falta, algo de Radiohead aqui mas que de The Eraser, definitivamente a inquietação de Yorke sobressaltando.

 

Interference é sobretudo um universo distante, frio, escondido entre paisagens que gostariamos de não ver, em desertos ocultos em nossas mais medrosas percepções.

 

The Eraser, mítico primeiro álbum de Yorke, retorna em fragmentos vocalicos e loops desajustados em The Mother Lode. Mas polúidos pelos mais delirantes percursos trilhados pelos softwares de Nigel Godrich. Diferente do álbum de 2006, onde a voz de Yorke conduzia a estrada tênue, aqui o frontman parece um viajante, um explorador curioso do desconhecido e nessa levada, também somos, nos perderemos juntos então.

 

Parece que foi há tantos tempo, olhamos para trás e não vemos mais  rastros, a terra que pisamos, o retrato de passos tão genuinamente trilhados, descalços ou não, se perderam em algum momento da memória. Estamos em Truth Ray.  A beleza solitária de uma voz sublime com a trêmula ambientação cinzenta de um diálogo entre o tempo, entrecortado por toneladas de pensamentos, e o corpo arremessado no centro de um chão que suga a chegada.

 

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There Is No Ice (For My Drink) foge entre nossos dedos. Confirmado que diferente de The Eraser, o vocal de Yorke parece entorpecido por frequências livres de formas rígidias pela melodia, somos  misturados à vocais hipnotizados e batidas gélidas. A lembrança aqui é de Feral do disco The King Of Limbs. Porém se neste havia traços humanos até na mais indecifráveis vozes de Thom, nesta nova faixa, Yorke foi absolutamente sintétizado por uma realidade virtual inquietante, nos perdemos nas entrelinhas de cada pulsação digital de sua alma.

 

Pink Section parece fazer referência ao krautrock de gente como Tangerina Dream e até nos delírios surreais de gente como Sigur Rós. A sensação cristalina, como um mantra esquecido na garrafa de algum oceano irreal depois de Pirâmide Song e Pull Revolving Doors.

 

E a cereja desta bolacha chama-se Nose Grows Some. Bjork, Radiohead, Atoms For Peace conversando sobre poesia, medos, amores, nostalgia, futuro, presente, passado, certezas, humanidade e o contrário disco tudo. Nigel indo tomar um café mas deixado sintetizadores ligados para enlouquecer Thom Yorke entre vozes sobreposta aos fantasmas mas não a si mesmo.

 

Preciso voltar a viver tudo novamente.

 

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