Radiohead comemora 12 anos de Kid A

 

Há exatos 12 anos, no dia 02 de Outubro de 2000, o Radiohead lançava seu quarto álbum de estúdio, um marco na carreira da banda, um dos discos mais aguardados do inicio do século e sobretudo, um dos mais geniais trabalhos da discografia dos ingleses.

Além dos prêmios (foi eleito em várias revistas o melhor disco dos anos 00) Kid A é uma obra de arte que nasceu de um colapso. Thom Yorke & cia vinham de um clássico (Ok Computer) e de um desejo de não repetir fórmulas prontas ou se perpetuar como uma banda de arena, à lá U2. Para isso, desestruturam a canção, abraçam de vez a influência da música eletrônica experimental, dosarem com ambientes jazz, sob a batuta de Alice Coltrane e Charles Mingus, e alargaram a discussão sobre o homem e tecnologia, sociedade, existencialismo, melancolia, esquizofrenia e certo teor de ironia para dentro do disco. Thom estava cansado dos velhos clichês do rock e a banda entrou num limbo em estúdio, em sessões gélidas, refletidas no diário mantido por Ed O Brien na internet na época.

Hmmmmmmmm

Conseguiram o proliferado “suicídio comercial” que a gravadora acreditava?. Não.

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O disco até hoje é um dos mais vendidos da banda, continua crescendo seu culto, hoje está em listas de melhores discos de todos os tempos, há releituras, tributos, as canção não envelheceram, obras primas como “Everynthing Right Place” (canção que até hoje é um das preferidas da banda para encerrar os concertos) continua espacial, porém, mais lisérgica. pérolas irretocáveis como “Kid A” e “How To Disappear Completely” permanecem enigmáticas e esfumaçadas de paisagens futurísticas de tom melancólico, “Idioteque” é uma das canções mais pedidas e executadas em shows e um dos melhores petardos da discografia do Radiohead.

A reflexão que fica com Kid A, não deixa dúvidas que o homem atual parece cada vez mais se afastar da sua “humanidade”. As relações pessoais, entrelaçadas com o cotidiano, transmitem a correria do mundo atual e o aprofundamento do homem consumista e individualista em sua razão de ser. O “Ok Computer” do disco anterior, se traduz em Kid A, mais que um sarcasmo existencial, passa a ser uma verdade íntima, indisfarçável e alarmante. Doze anos depois, isso mudou?.

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